Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2010

"SOFRI UMA ENTREVISTA..."

Imagem
Ao reencontrar um amigo de longo tempo, fui surpreendido pela solicitação de dar uma entrevista sobre samba de raiz para trabalho na faculdade de jornalismo. Brincando, ele cantarolou um verso do partido  alto do Aniceto do Império que diz assim: "Sofri uma entrevista esta manhã" que reflete bem a "cabreiragem" que o fato  provoca. O tema é agradável porém tentei ser o mais sucinto possível. Aí vai o recado. Claudio Zumckeller/Dorinho Marques SAMBA DE RAIZ, um recado de quem conhece a matéria. por Claudio Zumckeller Faz alguns anos que eu não falo com o “Dorivalinho”, era assim que a dona Nonô, sua mãe, carinhosamente o chamava acrescentando. ” Trás os moços que o café está servido”. Essa fala atravessava generosamente, por vezes algum trabalho do nosso tempo de barracos da Filosofia (USP), em outras algum acerto para o próximo futebol varzeano, ou ainda a busca juvenil por versos e acordes para uma nova canção. Bons tempos! Dois dias após o

PLINIO MARCOS

Imagem
Plínio  Marcos deu sua contribuição para o samba paulistano. Na década de 70 apresentava-se ao lado de grandes nomes da Paulicéia no espetáculo "Em Prosa e Samba nas Quebradas do Mundaréu", revelando para novas platéias o talento de artistas populares como: Geraldo Filme, Zeca da Casa Verde, Jangada, Toniquinho Batuqueiro, Silvio Modesto, Talismã e outros. Aí é que eu entro: Aprendiz de sambista, certo dia fui convidado por um velho amigo apelidado Simonal, barman de uma casa noturna no Bixiga - O 3º Uisque - para assistir uma apresentação daquele show. Fui , é claro, sem saber o que iria ver mas, como era no "vasco" aceitei prontamente. Sorte a minha, pude conhecer grandes sambistas que passei a admirar e que depois me tornei companheiro de rodas e noitadas.  Plínio, amante do carnaval, junto com outros artistas, fundou a Banda Bandalha que teve o nome censurado e que foi rebatizada como Banda Redonda que sobrevive até hoje sob o comando de

ZECA DA CASA VERDE

Imagem
Nom o Nome: Zeca Profissão de fé: compositor Um lamento: samba sem gravação Uma flor: rosa Um nome de mulher: Leonor Um recado: amor ao samba sem vaidades Um sentimento: Saudade Bairro, Casa Verde, morro da mesma cor Um morador célebre, Zeca, poeta e compositor Subiu pro andar de cima, porém, deixou belas rimas Sambas de real valor. Zeca, malandro, pioneiro, sem apoio e sem dinheiro Carnaval de rua plantou Tempo das batalhas de confetes Palanque da Record Plac plac de tamancos no chão Campos Elísios, Barra Funda, Agua Branca, Correio e São João Vestiu a Camisa Verde e Branco No Morro ergueu sua bandeira Foi ao jardim das Rosas de Ouro e colheu melodias de primeira "Quem canta sabe fingir que leva a vida feliz" Zeca, um grande artista, nobre sambista, viveu com simplicidade Pelo legado do ofício acrescento em seu epitáfio:  "Glória

RAIZ DO ÉBANO

Imagem
Geraldo Filme, na minha opinião, foi o principal sambista desta cidade. Respeitando a importância de outros tantos baluartes do samba paulistano. Acontece que Geraldo Filme era determinado e pensava sempre no coletivo. Compositor original, com seus sambas de poesia e melodia consistentes com influências urbanas e rurais. Compôs em sua maioria temas voltado às suas origens e falava do cotidiano com consciência social. Não bastassem seus dotes artísticos, foi um grande aglutinador e incentivador de pessoas no desenvolvimento da cultura e do carnaval, não só da capital como também de cidades do interior de São Paulo. Deveria ter gravado mais, mas a vida do sambista de rua nunca foi fácil. Geraldo além de compor muito bem, era afinado e dono de uma voz cristalina e podemos conferir em seus discos. Eu falo por mim, não conheci ninguém mais generoso e atencioso com os jovens que tinham vocação para o samba. Dentro do pensamento do mestre, todos deveriam participar das ag

MESTRE PÉ RACHADO

Imagem
SEBASTIÃO EDUARDO AMARAL Primeiramente é com muita honra que escrevo um sentimento sobre a pessoa do Sr. Sebastião Eduardo Amaral – codinome Pé Rachado – que o povo do Samba aprendeu a respeitar. Quem teve o privilégio de conviver com ele na atividade que mais apreciava - o Samba puro e verdadeiro – e que assistiu sua determinação e disciplina na defesa da sua cultura nos inúmeros desfiles ora comandando a batucada, ora liderando a harmonia da escola sabe do que eu estou falando. O mestre Pé Rachado tornou-se uma lenda e não foi por acaso. A nova geração tem agora nesta celebração do centenário do seu nascimento a oportunidade de conhecer e compreender a dimensão da importância de homens como o Sr. Sebastião para a preservação da cultura negra e das raízes do Samba. Teve sua juventude formada entre as Congadas lá das minas gerais, chegou a São Paulo e se fixou no Bixiga onde atuou primeiro como ritmista, a seguir, harmonia até ser consagrado como presidente do cordão V

RAIO DE SAUDADE

Imagem
Homenagem ao amigo Gabriel Mendes Morou nos bairros do Cambuci, Aclimação e Vila Monumento durante a maior parte dos seus 50 anos de vida. Foi casado com Tânia Mendes, era diretor da Parabólica Comunicação Integrada,  empresa produtora de vídeos institucionais. Estudante de Direito e Ciências Sociais, Gabriel optou por conduzir sua vida profissional para as áreas de Comunicações e Publicidade. Trabalhou como roteirista e produtor em diversas emissoras de televisão, entre elas, Globo, Cultura, Manchete, SBT e Gazeta. Com seu talento e capacidade para escrever e adaptar histórias, contribuiu para o sucesso de diversos programas dedicados às crianças, como "Balão Mágico", "Bambalalão", "Mara Maravilha" e "Hora do Capeta". Como colaborador do produtor e  empresário Paulo Ricardo, Gabriel Mendes foi responsável pelo lançamento da apresentadora Angélica na TV Manchete. Por cerca de quatro anos, produziu e editou o  programa "Pilotando o