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Mostrando postagens de outubro, 2010

MIGUEL DE DEUS... UM BRÓDER DE FÉ.

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Miguel de Deus, enquanto pôde lutou para exercer sua profissão de fé - compositor, cantor e músico. Nos anos 70 eu o conheci já na atividade. Morava em Santana numa  rua que recebeu dele uma homenagem através de um samba "Francisca Julia" - o mesmo nome da pequena rua, mas que para o mundo musical  guarda grandes lembranças. Miguel  agitava o pedaço. Integrante de um pioneiro grupo de psicodelia pré tropicalista. - Os Brazões (1969) - banda  que já explorava as influências africanas no modo de vestir, dançar e cantar e que misturava sons afros-brasileiros com rock, funk e soul. Gravaram músicas de Gilberto Gil, Jorge Ben, Tom Zé e Jards Macalé - Estiveram nos Festivais - (com Tom Zé em São Paulo Meu Amor e com Jards Macalé em Gothan City). Acompanharam a emergente Gal Costa numa de suas turnês. Nos arredores  muitos conheciam Miguel - um artista extravagante para a época que andava em bandos com seus instrumentos a tirac

BETO CACHIMBINHO - O ALAGBÊ

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EDUBERTO DE PAULA Beto Cachimbinho - Corpo franzino, ágil, batuqueiro nato,   tive o privilégio de conviver com ele em várias  situações da vida. No samba - primórdios da querida Barroca Zona Sul do lendário Pé Rachado - juntamente com amigos que eu fiz e que me são caros até hoje. Sempre estivemos juntos na função da bateria do mestre Binha, filho do Pé Rachado. Éramos aprendizes de cavaco, logo nos aproximamos para lapidarmos uns sambas. Nos partidos improvisados era um repentista espirituoso e ainda recordo  alguns de seus refrões! "Na Vila quando nasce uma criança todo mundo canta todo mundo aplaude". Havia uma viela na Rua Padre Machado na Vila Mariana onde morava a família do Pé Rachado e da Dona Lurdes e que também era sede  da escola. Ali todo mundo se reunia e o samba era natural. Muitas foram as vezes que lá cruzei o Betinho de onde saíamos num dia e voltávamos sabe-se lá quando. Por out

DIAMANTE NEGRO

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    No ano de 1993 atendi a um chamado do grande Geraldo Filme para montar um enredo para uma escola de samba da cidade de Campinas - o GRES Rosa de Prata - que queria homenagear o rei momo de São Paulo o famoso "Diamante Negro", figura emblemática do carnaval paulistano. Aceitei prontamente. Afinal, seria uma honra partilhar de um trabalho com o mestre Geraldo. O Diamante era motorista particular e por isso fomos algumas vezes a Campinas à bordo de um carrão de luxo - eu e minha mulher Márcia - passeando pela rodovia Anhanguera, ouvindo deliciosos casos e colhendo assunto para o tema da Rosa de Prata. Foram belos momentos! No ano de 1928, na cidade de Cravinhos, sob o signo de Leão e a proteção de Xangô, nascia o filho do seu Benedito e de dona Bárbara, o sr Otávio Antonio Silvério, mais conhecido como "Diamante Negro". Como todo moleque interiorano, teve uma feliz infância fazendo muitas artes. A imaginação do mesmo foi enriquecida pelo

O SAMBA NA BALIZA DE OSMAR.

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Osmar Cesar de Carvalho, 51 anos,  batalhador do Carnaval Paulista. O homem morreu num domingo, 3 de maio de 1992, para tristeza da família, dos três filhos e da infinidade de amigos que granjeou em sua vida profissional, como empresário e advogado . Mas para o chamado "mundo do samba" de São Paulo, o sambista Osmar vive.   Sua  dedicação   e entusiasmo  na defesa e difusão da cultura popular brasileira são exemplos para serem seguidos pelas próximas gerações de sambistas. Nas rodas de samba, Osmar formou seu ideal. Aos 13 anos, faz seu primeiro desfile, tocando pratos. Com muito ritmo, atrai a atenção do público para a bateria da escola de samba Acadêmicos do Ipiranga. O prato exige muita habilidade e ritmo para ser tocado. Um elástico é amarrado à parte concava do prato e preso à mão do ritmista, que atira o instrumento no chão, na cadência da bateria. Osmar tocava com um prato em cada mão, aumentando o grau de dificuldade da execução do instrumento.