PLINIO MARCOS





Plínio Marcos deu sua contribuição para o samba paulistano. Na década de 70 apresentava-se ao lado de grandes nomes da Paulicéia no espetáculo "Em Prosa e Samba nas Quebradas do Mundaréu", revelando para novas platéias o talento de artistas populares como: Geraldo Filme, Zeca da Casa Verde, Jangada, Toniquinho Batuqueiro, Silvio Modesto, Talismã e outros. Aí é que eu entro: Aprendiz de sambista, certo dia fui convidado por um velho amigo apelidado Simonal, barman de uma casa noturna no Bixiga - O 3º Uisque - para assistir uma apresentação daquele show. Fui , é claro, sem saber o que iria ver mas, como era no "vasco" aceitei prontamente. Sorte a minha, pude conhecer grandes sambistas que passei a admirar e que depois me tornei companheiro de rodas e noitadas. 







Plínio, amante do carnaval, junto com outros artistas, fundou a Banda Bandalha que teve o nome censurado e que foi rebatizada como Banda Redonda que sobrevive até hoje sob o comando de Carlos Costa "general" Carlão. No ano de 1990, Plínio Marcos , ainda em vida, recebeu uma justa homenagem do GRES. Império do Cambuci que transformou em enredo sua trajetória de vida. 

          Império do Cambuci - 1990
      Plínio Marcos - Nas Quebradas do Mundaréu.
       Autores: Toninho Sereno/ Nelson Dalla Rosa 

                 Eh! Macuco... Parte da tua história
                 Vive sempre na memória
                 Deste teu filho imortal
                 E o cais do porto a faculdade
                 Onde as adversidades
                 Repórter do tempo mau

                 Rola a bola com beleza
                 Pelos gramados santistas 
                 Jabaquara e Portuguesa
                 São orgulho do cronista

                 O circo também é escola
                 E o palhaço frajola aprendeu o tarô
                 O  carnaval é sedução
                 A Bandalha, tradição... Sambista de valor
                 Teatro... Seu pedaço de céu
                 Nas Quebradas do Mundaréu
                 Noel, Barrela e Abajur Lilás
                 Hoje sua história eu narro
                 Plínio Marcos de Barros
                 Não te esqueceremos jamais

                 Voa... Minha águia guerreira
                 Na passarela com seu carnaval
                 O axé vem na bandeira
                 E no balanço da batida imperial



Um pouco da biografia de Plínio Marcos:Nasceu em Santos em 1935. Foi funileiro, jogador  de futebol, soldado,palhaço de circo, camelô, biscateiro do cais, operário. Sua primeira peça foi Barrela, premiada em festival estudantil. Veio a seguir Os Fantoches, Quando os Navios Atracam e Onde Canta o Sabiá. Foi ligado ao CPC , atuou na companhia de Cacilda Becker, e trabalhou na parte administrativa de várias companhias - Teatro de Arena, Grupo Opinião, Cia Nídia Lícia - Muitas de suas peças foram proibidas pela censura do regime militar: Por isso não foram à cena; Jornada de Um Imbecil Até o Entendimento e Reportagem de Um Tempo Mau. Também foram censuradas; Abajur Lilás, Esquadrão da Morte e Barrela As peças de Plínio Marcos têm como característica a encenação crua da vida de pessoas marginalizadas dos grandes centros urbanos. A dramaturgia de Plínio Marcos teve grande influência sobre toda uma nova geração de autores brasileiros. Jean Paul Sartre o traduziu para o francês e outras traduções foram feitas na Alemanha e na Inglaterra. Suas peças foram adaptadas para o cinema tais como; Nenê Bandalho, Navalha na Carne e Dois Perdidos Numa Noite Suja. Plínio Marcos foi ator de telenovelas de sucesso como: Beto Rockfeller e Bandeira Dois, irônico, costumava dizer que "ator morto de Hollywood trabalhava mais que ator brasileiro vivo." Foi colunista de jornais em São Paulo. Combativo, defendia a liberdade total de expressão Plínio Marcos partiu deste mundo em 1999. Seu legado é da mais suma importância para a cultura brasileira. Foram diversos textos consagrados e que são atemporais pois suas peças estão constantemente sendo remontadas assim como só os mestres da humanidade. Léo Lama, seu filho, segue seus passos e já desponta no cenário teatral. Uma de suas máximas, sempre lembrada pelo amigo radialista Moisés da Rocha do "Samba Pede Passagem"  diz:           
"Um povo que não ama e não preserva suas formas de expressão mais autênticas jamais será um povo livre"  
                                                                                             Pesquisa: Dorinho Marques



Este vídeo é uma homenagem da DM Filmes a Plínio Marcos e a Escola de Samba X-9, campeã do Carnaval da Baixada Santista em 2008, com o Enredo: Nas Quebradas do Mundaréu. Este vídeo foi produzido por DM Filmes Vídeo Produções, contato (13) 9147 4405, dinomenezes@hotmail.com

Comentários

  1. Que deus abençoe seu astral meu amigo, e a vida de pra voçe uma linda retribuiçao, de paz e muita harmonia !!!

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  2. Eu aprendi a ser fã e me encontrei na linguagem descrita por ele debochada e diretiva ao povo....

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  3. Eu aprendi a ser fã e me encontrei na linguagem descrita por ele debochada e diretiva ao povo....

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    1. É isso Isidoro, um grande mestre. Sempre ao lado dos injustiçados!

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