A ERA DA WEB RÁDIO

  


Salve gente boa do Samba! Esta coluna, se Deus quiser, apresentará histórias reais, registros, resgate de memórias e valorização de sambistas de São Paulo. Sou nascido e criado na capital paulista e pelo menos nos últimos quarenta anos vivenciei o universo do Samba e acompanho par e passo as dificuldades e também os esforços dos defensores da nossa cultura popular. O movimento sambístico ciclicamente mostra avanços, seja na renovação da sua produção, na multiplicação de adeptos e na abrangência da ocupação do espaço artístico. Penso que vivemos um bom momento apesar da indiferença da grande mídia, do pouco incentivo dos agentes culturais do Estado, da mudança da forma de se comercializar música etc. E esse bom momento pode ser notado no aumento da produção de música gravada. Finalmente o acesso a estúdios por parte dos artistas marginalizados é uma realidade e a inclusão na Internet - desse novo bloco de sambistas - que a alguns anos vem fazendo a resistência em defesa da verdadeira cultura - traz um novo alento, ainda trôpego, por tratar-se de uma área que antes só era ocupada pela grande industria que tinha os meios, os agentes e a grana para selecionar, cercear, manipular etc., conforme seus interesses. Demorou, mas uma brecha abriu-se e o sambista está aproveitando, realizando projetos e conseguindo alguma visibilidade, Mas é preciso mais, muito mais. O sambista não tem que se contentar com quireras oferecidas pelo mercado. O Samba não pode ser reduzido a música de época - o carnaval, por exemplo -  nem  atividade recreativa de fim de semana. O Samba é vital, energia pulsativa, reflexiva, socialmente importantíssima e politicamente revolucionária.


Anos atrás – A Era do Rádio – a partir do ano de 1920 foi a responsável pela formação do público da Música Popular Brasileira. Grandes intérpretes surgiram na Mayrink Veiga e Rádio Nacional. Carmem Miranda, Chico Alves, Mário Reis, Orlando Silva, Aracy de Almeida, Silvio Caldas, Ângela Maria, Noel Rosa, Pixinguinha, Ismael Silva, João de Barro, Lamartine Babo e tantos outros que forjaram o que hoje conhecemos como base da nossa música popular. Guardadas as devidas proporções, comparo a inserção do Samba na Internet aos primeiros dias da Mayrink Veiga com suas cantoras do rádio, com maestros - Radamés Gnattali foi um deles – e grandes orquestras que produziram música popular de altíssima qualidade, que está viva até hoje e representa um patrimônio cultural do nosso povo. Por isso vamos saudar a  www.radiosambasp.com.br Em sua programação traz o essencial do Samba e do Choro. Traz também, uma nova geração de sambistas que com certeza estão revitalizando o gênero, sem modismos, buscando nas raízes a sua própria linha evolutiva. Somos nós os maiores interessados no sucesso dessa excelente iniciativa.  Até a próxima.
                                                             Agosto/2011
                                                          Dorinho Marques                                                            
                                                                                                                  

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