RESGATE



Outrora, com a força que o Rádio possuía na difusão da música popular brasileira o público podia distinguir os intérpretes dos autores nas composições que eram executadas. Programas especiais eram produzidos com a obra dos autores que adquiriam reconhecimento e respeito com a exposição do seu trabalho. A programação das principais emissoras era geralmente de música nacional e os locutores ao término da execução da música citavam alem do nome do intérprete, também o nome dos autores. Nada mais justo.

Com a implantação comercial gradativa das FMs a música nacional foi sumindo da programação diária e foi sendo substituída pelo pop internacional numa proporção prejudicial para os autores nacionais. Claro que isso tinha a ver com a imposição comercial da indústria do disco.
O radio cada vez “dizia”menos e “falava” mais conversa fiada. Alguma coisa foi preservada, no entanto insuficiente para enfrentar a massificação que se impunha criando gerações de "analfabetos" da cultura musical brasileira. Parte das novas gerações só conhece a música e o intérprete, ignoram os criadores. Outra grande parte nem isso! E olha que a MPB tem um elenco especialíssimo de compositores geniais - pra não falar somente daqueles que fizeram sucesso também como intérpretes – Os poetas, letristas de famosas canções que estão na boca do povo foram e são ainda mais, esquecidos. Quando os principais intérpretes são “premiados” com a super valorização da imagem a obra fica relegada à vala comum e isso aumenta e contribui para a ignorância do público. A nossa cultura foi dilapidada principalmente na época da censura aos meios de comunicação e nessa brecha obscurantista falsificadores e oportunistas de todas as plagas aproveitaram para mercantilizar a arte do nosso povo. Agora é a hora de “cobrar” o resgate. Quem tem que pagar são os produtores culturais promovendo a verdadeira arte popular de forma democrática. Por outro lado os compositores, poetas e intérpretes devem cultivar a união e o respeito mútuo buscando a boa notícia. Trata-se da defesa de um direito profissional. A independência não será concedida pelo mercado nem pela classe política. Afinal a lei do direito autoral já existe e mesmo assim a situação é precária. Cabe aos próprios interessados insistir, marcar posição, pressionar as barreiras imediatistas do sistema para que os bons ventos soprem a favor. Até a próxima.  
                                                                                
                Dorinho Marques  
                    Agosto de 2011       
            dorinhomarques@yahoo.com.br
                                                                            

Comentários

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    dorinhomarques@yahoo.com.br
    Mensagem sinalizada Quinta-feira, 18 de Agosto de 2011 0:45Corpo da mensagem
    Valeu Dorinho:
    Muito bom seu texto, concordo em numero, genero e grau. Creio que temos que nos unir mesmo. E valorizo nossos atos, pelos tempos em alguns textos publicados em meu blog.
    Abração!
    Nei Melodia

    Obs: Estou tendo problemas para posta comentarios, por isso resolvi mandar por email (registre o meu email)

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