JÁ VI ESSE FILME ...




                                           
Mais uma corrida eleitoral teve início e o evento tem cara de esse filme eu já vi. Assistir o debate das propostas dos partidos e a propaganda eleitoral gratuita empolga menos que uma partida de bocha. A reforma política se faz urgentíssima e ela deveria anteceder o próximo pleito, para que a população pudesse expressar seus anseios e críticas à atual conjuntura. Vivemos uma pseudo democracia. Após sofrermos um regime ditatorial herdamos a representação política que segue os velhos padrões paternalistas onde o poder econômico impõe seus interesses promovendo os partidos mais afinados com sua ideologia. Isso é possibilitado pela grande massa analfabeta politica que é facilmente manipulada por promessas de campanha direcionadas às suas reais necessidades sócias econômicas, mas que atendem apenas à conquista do poder politico dos partidos e que são endossadas pela grande mídia. Entretanto a escolha dos representantes dos três poderes é um evento imprescindível e não devemos fazer coro com aqueles que se dizem decepcionados com o sistema e que pregam o voto nulo como uma forma de protesto. Voto nulo favorece quem já está na frente da corrida. Trocando em miúdos, melhor podermos votar, do que não votar. Podemos debater, por exemplo, sobre a conveniência da obrigatoriedade do voto ou da abolição da propaganda eleitoral. Questões que devem ter destaque numa possível reforma política onde se possam corrigir as discrepâncias da atual conjuntura. E a única maneira é através do exercício do ato de votar. A figura do politico profissional está presente em todo ocidente, não é característica somente do Brasil, entretanto já passou da hora de discutir sua atualidade e serventia. O que alimenta a “espécie” é justamente a falta de uma maior e mais contundente participação política do povo. O povo delega poderes, porém não acompanha o mandato como deveria e quando há improdutividade não está ciente e daí vem a decepção. Por isso o voto tem que ser valorizado, mesmo quando não elegemos quem desejamos, cabe mais ainda fazer as devidas cobranças. A sociedade moderna torna-se cada vez mais complexa e aparentemente mais difícil de governar. Temos conflitos de gênero, número e grau e quanto mais a população for apolítica mais distante do centro das decisões ela estará, ficando a mercê de imposições que por fim irão interferir em suas próprias vidas adiando uma possível prosperidade. Há uma correlação intrínseca entre democracia plena e liberdade. Quanto melhor a democracia maior o exercício da livre cidadania. Isso não tem nada a ver com uma classe que está sendo inserida num patamar maior de poder de consumo, eu falo de exercer sua real condição de cidadão inclusive para discutir se a direção econômica do seu país atende suas reais necessidades. Por isso que o voto é importante e imprescindível quando consciente e minimamente determinado. Caso o eleito não corresponda às expectativas, a prerrogativa do voto é a melhor maneira de substituí-lo. Votar é ação e não se encerra na urna eletrônica, o voto adquire vida na justa medida da dimensão que você projetar para o mandato do seu candidato.

Dorinho Marques
Setembro/2014
dorinhomarques@gmail.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O SAMBA RURAL PAULISTA.

MESTRE PÉ RACHADO

THEREZA SANTOS - MALUNGA GUERREIRA