AS QUATRO OPERAÇÕES.



Ainda sob o clima eleitoral que o país vivencia, uma indagação divide os brasileiros. – Você acha que a reeleição de Dilma Rousseff dividiu o Brasil? Segundo as pesquisas, tão em voga hoje em dia, metade diz sim e a outra metade diz não e sem margem de erro! Eu, mesmo sem nunca ter visto um formulário de pesquisa e muito menos conhecer um pesquisador sequer, também quis dar a minha opinião, não sem antes fazer uma reflexão mais abalizada com referência aos fatores políticos e sociológicos que estão contidos nessa polêmica. Dividir para conquistar (ou dividir para reinar), um conceito que remonta primitivos “modelos” de governar, consiste em ganhar o controle de um lugar através da fragmentação das maiores concentrações de poder, impedindo que se mantenham individualmente. Na história tivemos vários exemplos desse conceito: como os do tirano romano César, Filipe II da Macedônia e do imperador francês Napoleão e de Aulo Gabínio que foi um militar e politico romano do século I que repartiu a nação judaica em cinco convenções. - A Guerra dos Judeus ou A Guerra Judaica é uma obra literária escrita no século I pelo autor judeu-romano Flávio Josefo.- Primeira pergunta: Isso, dividir para governar, ocorre no Brasil atual? Sei não, para mim não é apenas uma questão dual. É um dilema estilhaçado em mais de cinco séculos de história. Uma massa disforme produzida num vórtice que herdamos de outras eras e que ainda não realizou o seu intento e término. Talvez essa pecha pudesse ser atribuída ao regime militar de recente e triste memória. Na era moderna, "divide et impera" é um princípio comum na política. O poder, disseminando a cizânia entre a população, fortalece os mecanismos de controle. Sim, é o que está ocorrendo neste momento no Brasil, diriam os comentários rasos, no entanto quem pode ser apontado como o inimigo? A frente que clama por mudanças? A retaguarda que teme? A vanguarda que só sabe das utopias? Os fanáticos que vociferam a intervenção já? Recorro a Maquiavel - no livro IV de A Arte da Guerra (Dell'arte della guerra) -, para uma melhor compreensão do reprovado axioma da tirania. “Um capitão deve se esforçar ao máximo para dividir as forças do inimigo, seja fazendo-o desconfiar dos homens que confiava antes ou dando-lhes motivos para separar suas forças, enfraquecendo-as. Dividir é uma das quatro operações aritméticas que aprendemos logo na primeira infância. Aprendemos também a somar, subtrair e multiplicar. Nosso povo, metaforicamente falando, está saturado de ver os governantes fazerem uso dessas “operações” de modo equivocado. Um pobre cristão, no alto da sua insignificância diante de tanta malícia e iniquidade se obriga a dizer que é preciso ir muito aquém das três máximas políticas da atualidade: ‘Divide et impera’, ‘Fac et excusa’ (Agir agora, e pedir desculpas mais tarde) e 'Si fecisti', nega (quando você cometer um crime, negá-lo). Vamos em frente então, a vida não espera ninguém! Podemos aplicar a matemática de modo a beneficiar todos, sem exceção. Subtrair quando tratar-se de atrasos ou excessos, multiplicar quando o fator for a prosperidade geral da nação, somar só se for amor, paz, alegria e justiça e dividir, bem, que tal os dividendos do Brasil S/A?

Dorinho Marques
São Paulo Novembro/2014
dorinhomarques@yahoo.com.br 


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