BOM CARNAVAL!



  • O carnaval brasileiro é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Nem sempre foi assim... O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa.  No Brasil o entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. No início foi violento e abusivo, quando os foliões jogavam água, ovos e farinha e outros pós, e a polícia tinha que reprimir. Com o passar do tempo a "brincadeira" foi se abrandando, vieram os limões de cheiro, bisnagas com "sangue de diabo" e tome roupa molhada e manchada! Os principais símbolos do carnaval são de origem europeia e são representativos até hoje. O Rei Momo, máscaras, pierrôs, arlequins e colombinas, ajudam a valorizar, colorir e animar a maior festa brasileira. O marco inicial do carnaval moderno foram os bailes na mansão da Marquesa de Santos. A seguir, desfiles do Grupo Carnavalesco Os Zuavos, formados por estudantes, comerciantes, funcionários públicos e figuras da elite ao lado de seus escravos. Os conspiradores abolicionistas e republicanos eram os principais participantes. Após a Proclamação da República o carnaval toma forma e vulto, surgem os desfiles das grandes sociedades e clubes realizando bailes em salões. A burguesia e a aristocracia davam o tom. No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado. A história do carnaval em São Paulo começa com os trabalhadores que deixavam o campo e iam para a cidade.  A industrialização de vários bairros paulistanos; Brás, Pari Barra Funda, Água Branca e Lapa, e o aumento populacional criou um ambiente propício para o surgimento de um carnaval mais popular. O bairro do Brás foi pioneiro. Além das manifestações de rua, o carnaval paulistano se expandiu e floresceu em salões e clubes, teatros, cafés-concerto e cassinos da cidade, onde brincavam foliões fantasiados e mascarados. Havia os corsos na Av. Paulista, reduto da aristocracia. - O cortejo exibia carros ornamentados, almofadinhas e melindrosas. Os negros, moradores no Glicério, Bexiga e Barra Funda foram quem criaram os cordões para brincar no carnaval. Começa a fase dos "juntos e misturados". Foram grupos de resistência, que enfrentavam a perseguição policial e a má vontade das autoridades. O Samba, nas primeiras décadas do século XX, passou a ganhar novas forças nas cidades paulistas, através do Carnaval. Nessa época eram os cordões que faziam sucesso. "Os Sambas" tipicamente paulistas resultam de uma tradição cultural do interior do Estado, que se urbanizou e se fortaleceu na capital, tendo por base a manifestação carnavalesca dos cordões e continuou ainda por algumas décadas. Aos poucos o poder público aumentou seu apoio até chegarmos à oficialização dos tempos atuais com o luxuoso desfile das escolas no sambódromo do Anhembi. É, hoje em dia, um destaque importante para o turismo carnavalesco nacional e internacional. - São Paulo é um dos mais importantes expoentes do carnaval de avenida. Conta com cerca de 200 agremiações carnavalescas (entre escolas de samba e blocos).
  • Todos sabem que São Paulo amanhece trabalhando. O ano inteiro no corre-corre, mas quando chega fevereiro o importante é ter carnaval, que ninguém é de ferro. Cidade cosmopolita da diversidade cultural que entre várias alternativas, abriga também um dos maiores carnavais do país.  O cidadão paulistano que por opção ou necessidade permanece na capital paulista, terá sempre muita diversão no período do reinado de Momo. A começar pelos desfiles de blocos no centro e nos bairros que preservam a espontaneidade dos antigos blocos de sujo inclusive, resgatando a crítica e a sátira politica e que tem crescido nos últimos tempos. A vantagem é que o folião não paga nada para sair no bloco podendo participar livremente em qual deseja. Apesar do declínio, os bailes confinados em salões ainda persistem em alguns clubes tradicionais, porém com o axé e outros ritmos concorrendo com as antigas marchinhas. A principal alternativa hoje, dentro do conceito folia organizada, são os ensaios e desfiles das Escolas de Samba. A cada ano que passa sua estrutura se fortalece. As escolas paulistanas tem menor projeção que as cariocas, mas são tão antigas e tradicionais quanto. As escolas, hoje em dia, são administradas como empresas e têm em seu elenco artístico e profissional pessoas remuneradas. Recebem verba oficial, patrocínios, publicidade e cachês pela venda dos direitos de transmissão dos desfiles. Algumas possuem belas quadras que recebem público enorme nos ensaios do período carnavalesco. Então vamos cair no Samba! Os foliões estão prontos para mais um espetáculo. Apesar da transmissão televisiva, não há comparação com a participação in loco. Quem já desfilou por uma agremiação favorita então, sabe que é uma emoção única. Bom carnaval para todos!                                                                                                                                                                                            

                                                              
                                                                           Dorinho Marques
                                                             São Paulo 23 de janeiro de 2015
                                                             dorinhomarques@yahoo.com.

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